quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pela Metade...

Sabe, observando meu caderno de desenho percebi que há vários deles que estão pela  metade, desenhos que nunca serão terminados, sempre ali, esperando para se tornar alguma coisa... Aí eu parei pra pensar: Na vida, muitas vezes vivemos apenas pela metade!
                São momentos não terminados, sonhos não completados, abraços trocados por aperto de mão, carinhos trocados por sorrisos amarelos, até mesmo olhares trocados pela metade... Conversas, músicas, tempo, convivência... Tantas coisas que queremos ir a fundo e muitas vezes nos retemos, nos prendemos e deixamos uma parte para ser vivida depois... Um depois que nunca chega que cai no esquecimento e logo em seguida vira saudade... Saudade de tantas coisas que a gente nunca viveu e nem voltará a viver.
                Talvez chegar até a metade de um caminho incerto seja até bom para evitar fazer algo que podemos nos arrepender depois, mas creio que essa certeza só se tem quando se chega ao fim da trilha, o que por muitas vezes, nos leva a uma sensação de liberdade, maturidade e conseqüentemente aprendizado mil vezes melhor do que quando paramos tudo pela metade. Imagino se toda a essência do drama fosse vivida pela metade, talvez Romeu e Julieta não fossem o amor mais sonhado, talvez Shakespeare não tivesse escrito nada... Se a luz fosse metade a outra parte seria o que? Escuridão? Mas se essa também fosse apenas até a metade, o que restaria depois? Acredito que um vazio, um vazio de coisas que não foram sonhadas ou que não podem ser sonhadas, não podem ser vividas e caem no esquecimento, porque momentos não voltam...
                E tudo isso pra que? Pra que os outros não se sintam envergonhados de como sua vida é plena e feliz? Para que os outros não sintam para baixo por não conseguirem viver a fundo o sucesso que você tem? Para que os outros... os outros... os outros... Continuem com seus padrões, pré formados e calculados, de o quanto se é permitido ser você mesmo para que sua felicidade não incomode? Chega a ser um abuso contra os sonhadores, os poetas, os idealizadores... Aqueles que realmente podem e conseguem transformar o mundo.
                Já pensou se todo artista deixasse sua obra pela metade, o que seria admirado? Se só metade do mundo fosse construída, o que existiria do outro lado? Essa idéia de vazio me perturba e incomoda, toda vida que penso nas coisas que vivi só pela metade, só o começo do verdadeiro sorriso que há em mim e isso me faz pensar em quantas outras pessoas estão por ai, se inibindo para não ser inteiramente uma cor que fará desse mundo um lugar bem melhor, bem mais colorido e intenso!
                De quanto tempo precisa-se para recuperar um momento perdido? Talvez mais tempo do que se tem para viver a partir de agora... Então é a hora de dar um basta nessa ideologia imposta sobre o certo e errado, está na hora de sonhar e ir bem mais além, viver um sonho verdadeiro, construir criar e recriar todas as regras que regem a vida e ser mais belo do que os tons de cinza que pairam na memória... Está na hora de acabar cada desenho que deseja ter seus traços definidos e ter uma história bem melhor para contar do que a que paira entre os limites da própria existência... Bem, ninguém pode viver falando sozinho... Não viva pela metade! Seja completo sempre!

terça-feira, 14 de junho de 2011

As Três Peneiras...


Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém. 
        Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
      - O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
           - Três peneiras?  - indagou o rapaz.
          - Sim ! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar?  Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

        Arremata Sócrates:
        - Se passou pelas três peneiras, conte !!! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar.
Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.


Não veja o mal - Não divulgue o mal - Não ouça o mal