domingo, 3 de abril de 2011

A Arte de Caminhar



                Acho engraçada a arte de caminharr... Não se pode apressar o passo, nem diminuir o ritmo, deve-se apenas ir colocando um passo na frente do outro. E conforme vamos andando a paisagem vai mudando, vamos crescendo e enquanto mantivermos esse ritmo, chegaremos onde pretendemos ir, isso se tivermos um local que gostaríamos de chegar, do contrario, estaremos indo pra lugar algum, o que pode ser bom ou ruim... Enfim, todo mundo anda!
                Basta pensar nas vezes que estivemos com os amigos, desde a primeira vez. Os risos foram mudando, os assuntos foram amadurecendo. Até nossa forma de se vestir vai mudando. No começo somos completamente infantis, depois passamos por algumas fases fúteis (que no fundo não admitimos que passamos por elas) até que depois de muitos tropeços e caminhos errados acabamos tendo que amadurecer. O engraçado é que todo mundo um dia tem que amadurecer, afinal, não vale a pena continuar repetindo sempre os mesmos erros. Sempre que quisermos ter um resultado diferente, devemos fazer algo diferente, ninguém pode obter algo diferente fazendo a mesma coisa sempre. Mudar é preciso, alguns fazem isso cedo, outros demoram tanto que quando percebem, já perderam muito tempo! Mas um dia o fazem!
                Caminhar é isso! Ter tempo pra o próprio tempo. Aprender a amar, aprender a sorrir, aprender a chorar, a se desculpar, a perdoar. Andar é não ter pressa de ser um aprendiz! É bem certo que podemos correr de vez em quando, mas, mais certo ainda, é que quando corremos, principalmente se não tivermos preparo para tal, cansamos mais rápido, logo temos que parar e passar um bom tempo parado, descansando. Mas quem nada não, quem anda, com calma, na paz, chega longe, o coração tem paz, não bate acelerado. Defino andar como o amor, sereno e maduro, meigo e eficaz! Já correr é como a paixão: acelera o peito, avassaladora, nos toma o fôlego e se não descansarmos acaba com a gente.
                O mais interessante na caminhada é que nunca estamos sozinhos, sempre há pessoas do nosso lado, há sempre alguém pra estar com a gente compartilhando toda a paisagem de uma vida, mas há trechos que devemos passar sozinhos, não porque estamos sozinhos, mas a montanha do crescimento exige que passemos por ela com nossas próprias forças, se não seremos fracos e dependentes sempre. Se não aprendemos a caminhar com nossos próprios pés, como vamos ter coragem de dar uma volta à noite, sozinho, para apreciar as estrelas, amar a lua e deixar os pensamentos livres? Ninguém vive plenamente se nunca, em algum momento, apreciou a brisa noturna sobre o véu de estrelas. A noite alimenta os sonhos e nos renova as forças da caminhada.
                Outra coisa que deve ser aprendido é que certas pessoas trilham caminhos com a gente, mas isso não significa que elas trilharão para sempre, treinar o desapego é preciso, não por frieza, mas se você parar de andar em sua direção, para seguir a direção de outra pessoa, logo você se perderá e não vai saber mais como voltar. Se desprender é preciso, assim como o rio corre para o mar, deve ser a gente seguindo para o infinito. Superando os obstáculos naturais que aparecem na vida e embelezando tudo por onde passa. Assim, algum dia alguém pode estar andando na mesma direção e aí, além de livre, você vai estar no rumo certo para a felicidade junto à alguém.
                Enfim, a vida inteira por si só é uma eterna arte de caminhar. São passos lentos, cheios de tropeços, descidas e subidas que vale a pena ser trilhada com calma, sem desespero. Bem certo que as vezes nos machuquemos, mas as mais belas historias são feitas em cima de tragédias, então não há nada tão ruim que não se transforme num lindo conto, onde o final feliz só depende da gente. Não tenha pressa, trace seu caminho e ande! Não recue! Não se perca! Não tenha medo! Apenas dê um passo na frente do outro e aprecia as lindas paisagens da vida que só quem carrega a paz no coração consegue ver. Aprecie a vida! Não tenha medo de caminhar!

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